segunda-feira, 24 de maio de 2010

 Foto Reuters

(…) então por sua alma passou a sombra de um calafrio, o desejo imediato de fechar os olhos, de parar de olhar para aquele ser que olhava o crepúsculo tremulante de Paris, o impulso de fugir e abraçá-lo, o desejo (que encobria uma ambição ponderada) de lhe perguntar o que ele via e, ato contínuo, apropriar-se dessa visão, e ao mesmo tempo o medo de ouvir o que não se pode ouvir, as palavras essenciais que não podemos ouvir e com quase toda a certeza não podem ser pronunciadas.

Roberto Bolaño in Noturno do Chile

Um comentário:

  1. Este não é aquele livro que só tem dois parágrafos e uma pá de páginas? Que tem que ter fôlego de não fumante pra conseguir ler até o final?

    Ai só vc pra conseguir ler isso!

    Aninha

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