quarta-feira, 2 de junho de 2010

 Foto Franco Banfi


Minhas palavras são a metade de um diálogo obscuro
continuando através de séculos impossíveis.
 
Agora compreendo o sentido e a ressonância
que também trazes de tão longe em tua voz.
 
Nossas perguntas e respostas se reconhecem
Como os olhos dentro dos espelhos. Olhos que choraram.
 
Conversamos dos dois extremos da noite,como de praias opostas. 
Mas com uma voz que não se importa…

E um mar de estrelas se balança entre o meu pensamento e o teu. 
Mas um mar sem viagens.

Cecília Meireles

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