quarta-feira, 29 de julho de 2015

  


Olha só, o Caio se move. Fuma um cigarro atrás do outro. Nada acontece. Perece existir só para mim, porém ele não me vê. Não tem nenhum espelho por perto para que ele se note, apenas eu observo sua estranheza. O Caio não parece bem, nem tão mal também... Horas ali sem escrever nada, sem ninguém lhe pedindo um papo. Daqui ele me parece sozinho. Para quem nesse segundo esse sujeito existe? Sei que se ele morrer vão chorar porém, ele está ali vivo: já tratado como morto. 
Navega no mar do próprio pranto! O horizonte afastado sorri ironicamente com a esquina da boca, como se divulgasse que esse rapaz não é capaz de ter paz nas pontas dos dedos para encostar abrandado o fim da sua passagem por uma vida irrequieta, orgulhoso de si. O que teria sido a história dele até ali para nesse momento estar tão asilado? Ele atravessa pelas lágrimas, em pleno maremoto dos seus desencontros, em busca de catar todos os traços abatidos pelo desleixado do homem que foi. Será que aguarda a barca do renascimento? Cadê o seu ontem? Nos olhos mareja uma fé para lavar o olhar. 
Posso pedir para o Caio sorrir? Posso sim, mas prefiro não fazer barulho para não interromper o silêncio do seu blecaute. Tipo curioso. Em pleno nada, nada faz. Deixa o tempo passar, Caio! Deixa que bons ventos lhe trarão anseios. Acho eu! 

Caio? Caio? Ninguém fala com você ou você que não escuta ninguém? 

Suspeito que seja arrogante. 

Caio Sóh

 


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