Quando jovem, Antônio Vieira
acreditava
nas palavras, especialmente nas que
eram ditas com fé. No
entanto, todas as palavras que ele
dissera, nos púlpitos, na
salas de aula, nas reuniões, nas
catequeses, nos
corredores, nos ouvidos dos reis,
clérigos, inquisidores,
duques, marqueses, ouvidores,
governadores, ministros,
presidentes, rainhas, príncipes, indígenas,
desses milhões
de palavras ditas com esforço de
pensamento, poucas - ou
nenhuma delas - havia surtido efeito.
O mundo continuava
exatamente o de sempre. O homem,
igual a si mesmo.
Ana Miranda in Boca do Inferno
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